quinta-feira, 31 de outubro de 2024

VIDA ANACORÉTICA OU CENOBÍTICA?

(Set. 2016)
Paulo Donizeti Siepierski, em seu livro “A leitourgia libertadora de Basílio Magno”, ed. Paulus, 1995, diz, à página 43, que “Embora tivesse florescido na última parte do século 3º, no início do século 4º, o monasticismo pode ter suas origens traçadas pelo menos até o profeta Elias, quase mil anos antes”.
Nos séculos 3º e 4º havia muita escravidão social e econômica nas cidades e nos campos, muita cobrança de impostos, muita exploração por conta do governo, e as pessoas “fugiam” do mundo civilizado e iam para o deserto, principalmente sob a perseguição promovida por Diocleciano.
“Os pobres e às vezes comunidades inteira retiravam-se para o deserto ou para os pântanos, para escapar da opressão” (pág 44).
A palavra usada para descrever essa retirada para o deserto era “anacoresis” e daí vem a palavra “anacoreta”, pessoa eremita.
“A obediência aos mandamentos do Senhor leva a um monasticismo claramente marcado pelo espírito de pobreza e simplicidade, pelo senso de serviço aos outros através de tarefas humildes, pelo trabalho árduo para ganhar a comida (...) e para estender nossas mãos aos pobres,(...) pelo ascetismo rude, inspirado somente pelo amor de Cristo, e as reivindicações de seus mandamentos, por oração contínua nutrida pela meditação nas palavras da Escritura, por algumas observâncias, também marcadas pela influência do evangelho” (Julien Leroy, citado à página 45 ).
São Basílio Magno (329-379), São Bento (480-547) e Thomas Merton (nasc.31/01/ 1915, Prades, França; Falecimento: 10/12/1968, Banguecoque, Tailândia), diziam que a vida cenobítica (=vida comunitária) é superior à vida anacorética (=vida solitária, eremítica), pois precisamos estar em contato com outras pessoas para exercitarmos o amor cristão (a Deus e ao próximo), em que nossos erros são apontados e vençamos a nossa autossuficiência. “Precisamos uns dos outros” (S. Basílio).
Portanto, quem quiser ser eremita, nunca abandone a comunidade, paroquial ou de outra espécie, a que pertence.

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