Descobri a duras penas que não devemos separar o vigiar
e o orar. Separadas são ineficazes. De nada adianta orar, rezar, se não se vigiar
as próprias atitudes e se acabar caindo em pecado.
Acrescento, também, o “pedir
ajuda”, como o fazem tão bem as pessoas alcoólatras do A.A. Em muitos lugares é preciso
vigiar em dobro, principalmente em ambientes maliciosos, dispersivos e negativos.
Deus
respeita o nosso livre-arbítrio (nossa capacidade de escolha e decisão) e não
vai forçar nossas decisões. Se não vigiarmos, Ele não poderá nos ajudar, a
menos que, na oração, lhe dermos liberdade de fazer conosco o que Ele bem
entender. Eu gosto de meditar estes trechos sobre a vigilância e aconselhei ao
Zé que os meditasse: Mt 26,41; Mc 13,37; Lc 21,36; Mt 24,42; Mt 25,13; Lc
12,37; 1a Cor 16,13-14; Ef 6,18; 1a Tes 5,6; 1a Pd 4,7; 5,8; Apoc 16,17: “Eis que venho como um ladrão: feliz
aquele que vigia e conserva as suas vestes (= a veste batismal) para não andar
nu e deixar que venham sua vergonha”. Lucas 21,36: “Ficai acordado, portanto, orando em todo momento, para terdes a força
de escapar de tudo o que deve acontecer e de ficar em pé diante do Filho do
Homem”.
A
vigilância só é possível com a humildade e a confiança em Deus. Nós somos
irremediavelmente fracos. Não temos força, sem a ajuda dele. Vigiar é evitar,
logo no início, qualquer situação de pecado. O pecado é como um tobogã: depois
que começarmos a descer, não há como parar. Já a oração é como Jesus diz Apoc
3,20: “Eis que estou à porta e bato: se
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele
e ele comigo”.
A
oração não substitui a vigilância, mas abre as portas para que Jesus possa agir
em nossa vida. É preciso ouvir a Jesus: “Fala,
Senhor, que o teu servo escuta” (1a Sam 3,10); “Dá-me Senhor, um coração que escuta” (1a Reis 3,9).
Veja
a história do fariseu e do publicano (Lc 18,10-14), em que o publicano,
pecador, mas humilde, foi ouvido por Deus. Outras pessoas se humilharam e foram
atendidas: a samaritana (João 4,6-42); a mulher adúltera (João 8,3-11); Mateus
(Mt 9,9-13); o paralítico (Mt 9,1-9); a pecadora (Lc 7,37-50); Zaqueu (Lc
19,1-30); o “bom ladrão” (Lc 23,39-43). Em 1a João 1,7-10, vemos que é preciso reconhecer
nossos pecados para sermos perdoados. A prisão ajuda a ir ao encontro de Deus
justamente porque humilha e reduz a nada as pessoas!
Deus
sempre nos ouve (João 15,16): “O Pai de
vocês dará qualquer coisa que pedirem em meu nome”. O problema é, que às
vezes, pedimos a Ele coisas que vão nos afastar do bom caminho. Aí vamos
receber outra graça, e não a que pedimos. Às vezes estamos pedindo veneno. Deus
dá, em lugar do veneno, uma vitamina! Não é assim que fazemos com nossos
filhos?
Diz
Efésios 3,20: “Deus é poderoso para
realizar por nós, em tudo, infinitamente além do que pedimos ou pensamos”.
Ora, Ele sabe do que necessitamos, mas quer que nós lhe peçamos muitas vezes
para nos conscientizarmos daquilo que estamos pedindo e darmos valor quando o
recebermos. Precisamos pedir sempre, sem nunca desistir. Leia Lucas 18,1; Lucas
11,5-13: Jesus promete que dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem. “Orar é pensar em Jesus, amando-o”,
dizia o Beato Carlos de Foucauld.
Os
crentes criticam os católicos, dizendo que “repetimos orações” e que Jesus
teria proibido tal coisa. Isso não é verdade. O que Jesus proibiu é que nós
rezássemos como os pagãos, que achavam que os seus deuses eram obrigados a lhes
atenderem, se ficassem repetindo orações. Jesus nos atende se, como e quando
Ele quiser. Insistamos em nossos pedidos! É o que Ele nos diz, no caso da viúva
e do juiz (Lc18,1).
Não
Existem orações poderosas! Deus vai nos ouvir ou não, não tanto pelas palavras,
mas pelas intenções reais de nosso coração. Em Isaías 1,11, Deus diz que só
ouvirá as pessoas depois que pedirem perdão da falta de caridade. Em Amós
5,21-25 = só ouvirá os misericordiosos. Em Mt 11,25-26 = só ouvirá os que
perdoarem aos que os ofenderem.
Cada
um sabe o seu tempo diário de oração! Cada um sabe o quanto deve orar. Comece
com alguns minutos e vá aumentando um pouco por semana, até chegar ao tempo
ideal para seu sustento. Talvez o dízimo do dia, que seriam 2h 24m!
Quanto
à posição do Corpo na oração, escolha uma em que você esteja confortável.
Quando a oração for comum, siga as orientações do dirigente.
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